A Espanha fez história. Está na final contra a Holanda. E a primeira Copa do Mundo na África tem um novo campeão. Uma seleção europeia irá levantar o caneco, fato inédito para do território europeu. Gol de Puyol em cobrança de escanteio aos 30 minutos do segundo tempo, sacramentaram a classificação. Irreconhecível, a Alemanha foi envolvida, conseguiu arriscar apenas cinco chutes ao gol. Vitória merecida.
Em Durban, a seleção de Vicente del Bosque, Xabi, Iniesta e Alonso, trocou passes desde o início do jogo. Foi bem no primeiro tempo, criou situações para perder as contas, mas gol que é bom, só um. É a quarta vitória pelo placar mínimo da Fúria no Mundial. Já o time germânico sofreu sua segunda derrota – contra a Sérvia, também foi 1 a 0.
O alemão Klose passou em branco, e ainda tem a disputa de terceiro lugar para marcar os dois gols que o separam de ser o maior artilheiro em copas de todos os tempos. Mas será um prêmio de consolação para a surpresa do torneio. A partida teve apenas 16 faltas e nenhum cartão amarelo. Uma semifinal fair play, em que a primeira falta só ocorreu aos 27 do primeiro tempo. No segundo, tiraram o atraso.
A partida começou com os times se estudando. Nos primeiros minutos, tudo andava chato. Até que um torcedor com uma camiseta do super-homem invadiu o gramado com uma vuvuzela em mãos. Foi prontamente contido por seguranças, mas não sem antes assoprar a corneta de plástico, numa clara intenção de realizar um atentado acústico.
A Espanha dominou desde o início do primeiro tempo. Trocando passes – ainda mais numerosos do que de hábito – o time teve a melhor chance na etapa inicial justamente em uma cabeçada do zagueiro Puyol, aos 14 minutos. O camisa 5 estava com sede de gol. O time de Joachin Löw emplacou dois contra-ataques, mas nenhum bem sucedido. O único chute em direção ao gol foi aos 32 minutos, com Trochowski. Casillas defendeu no canto esquerdo.
Na segunda etapa, a Espanha teve Pedro em boa partida. Em jogada pela direita, ele passou para Xabi Alonso arriscar, mas a Jabulani seguiu pela linha de fundo. O gol amadurecia. Aos 13, Pedro arriscou de fora da área, para Neuer defender. Na sobra, Iniesta recebeu na área e cruzou, mas Villa se estica insuficientemente. A bola correu paralela à desguarnecida meta alemã e foi embora. Os alemães não conseguiam segurar a Fúria.
O torcedor habituado aos chavões arriscava um “quem não faz toma, Espanha”. Assim, aos 23 minutos, uma descida alemã poderia ter feito a máxima do ludopédio valer. Um belo cruzamento de Podoslki encontrou Kroos, em campo no lugar Trochowski, bateu de primeira, para uma bela defesa de Casillas. Então, o tal de “quem não faz toma” se inverteu, mas o time vermelho não perdoou.
Escanteio batido por Xavi vai na cabeça de Puyol, que sobe sozinho, sem marcação. Com 15 minutos remanescentes, a Espanha abria o placar. E o time de Joachin Löw precisaria sair para o ataque, deixando o contragolpe à disposição.
Muito pior do que a Holanda contra o Uruguai, a Espanha conseguiu desperdiçar chances ainda mais claras. Ainda dominando a partida, sem correr riscos reais, o atacante Pedro jogou dois contra-ataques no lixo, por não passar a bola. Fernando Torres, em campo no lugar o apagado Villa, também teve seu momento para não decidir. Os atacantes espanhóis continuam a ser o ponto fraco do time. Até Iniesta, em jogada individual dentro da área, demorou a chutar. Com um pouco mais de aplicação, sairia uma goleada.
Não precisou. O 1 a 0 cria uma final inédita, entre duas seleções que nunca ganharam um título, fato que não ocorria desde 1978, quando Argentina venceu a Holanda. Uma nova seleção ingressa no clube dos campeões mundiais. Apenas a Alemanha e o Brasil (em 1954 e 1958, respectivamente) fizeram isso fora de seus próprios domínios. Duas favoritas contestadas chegam lá. Façam suas apostas.
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