Dono do terceiro maior caixa entre as empresas de tecnologia, que já contabiliza US$ 26,5 bilhões, o Google montou uma mesa de operações formada por gestores e analistas e desenvolveu um software que proporciona uma gestão mais ágil, capaz de acompanhar 98% de suas aplicações em tempo real. Para Aaron Kessler, analista da consultoria americana ThinkEquity, a ferramenta deu à empresa uma vantagem competitiva.
A decisão de controlar internamente a gestão do caixa nem sempre traz os resultados mais favoráveis. No Brasil, a Sadia perdeu 760 milhões de reais com derivativos cambiais. A Aracruz seguiu pelo mesmo caminho e jogou fora 2,2 bilhões de reais. Como consequência ambas tiveram de encontrar novos sócios para permanecer vivas. “Colocar a mão na massa, no sentido de cuidar dos próprios investimentos, não é o problema”, diz José Paulo Rocha, sócio da área de finanças corporativas da consultoria Deloitte. “O drama é quando as empresas fazem bobagem”. Por outro lado, existem histórias de sucesso nessa área. O banco Votorantim, criado em 1991 a partir do setor financeiro da companhia, é hoje o oitavo maior do país. A gigantesca GE Capital é o braço financeiro da General Electric.
A estratégia do Google implicou num aumento da equipe de finanças que, nos últimos três anos, teve seu número de integrantes quintuplicado. O setor é comandado pelo o sulafricano Bent Callinicos, ex-diretor financeiro da Microsoft. Muitos dos recém-chegados são ex-funcionários de grandes bancos de investimento de Nova York, e embora a empresa não revele valores salariais, estima-se que eles ganhem significativamente menos do que em Wall Street. O que compensa a perda salarial, dizem eles, é o ambiente. o Google ficou em quarto lugar na lista dos melhores ambientes de trabalho do mundo, publicada pela revista americana Fortune, o que ajuda a atrair parte da tribo mais alternativa do setor financeiro.
A equipe dos analistas de mercado inclui Ranidu Lankage, um astro de hip hop em Sri Lanka. Entre os privilégios inusitados oferecidos aos funcionários está uma parede de escalada para as horas vagas. Mas que ninguém se engane. Se a rentabilidade dos investimentos não aumentar, quem deverá subir pelas paredes são os fundadores, Sergey Brin e Larry Page. Como já demonstraram inúmeras vezes desde que criaram o Google, quando ainda eram estudantes, a dupla só gosta de colocar a mão no bolso para ganhar muito dinheiro.
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