
Já os moradores do Jardim Nova Esperança, em Paraisópolis, foram removidos para realização de obras viárias, mas com o fim do auxílio-aluguel da prefeitura de São Paulo também estão sem destino. A população reclama da falta de informações e de promessas não cumpridas pela prefeitura.
Segundo Maria Cleudimar, moradora retirada do local há um ano, a superintendente de Habitação Popular da SMH, Elisabete França, prometeu apartamentos para todos os removidos. Mas no dia a dia, acusa, as assistentes sociais da prefeitura contradizem a promessa e ameaçam os moradores: ou aceitam indenização de R$ 5 mil pelas residências ou ficam sem nada.
Sem apartamentos e sem auxílio-aluguel, as famílias dependem da boa vontade dos vizinhos para sobreviver. Maria abrigou, no final de semana, uma mãe e seis filhos, três deles deficientes, que com o fim do auxílio-aluguel ficaram sem casa. Mas a moradora lembra que só tem mais um mês de direito ao auxílio e a partir daí, ela também precisará ser ajudada.
"Se moramos em áreas de risco ou não legalizadas não é porque escolhemos. Em São Paulo, quem trabalha com carteira assinada e recebe (o equivalente a) dois salários (mínimos) não tem acesso a crédito", acusa. "Só tem prioridade (sic) aqui quem ganha dez salários, mas a maioria só ganha um."
Maria Neusa Amorim deixou o imóvel em Paraisópolis há dois anos com uma indenização de R$ 5 mil e agora mantém aluguel de R$ 300 com a aposentadoria do marido, licenciado por depressão, depois de ter sofrido um acidente vaso-cerebral. Ela reclama da falta de informações da prefeitura e da dificuldade em manter o aluguel depois de deixar sua antiga casa na comunidade para a construção de uma avenida.
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