
Durante evento que divulgou balanço do programa ‘Madeira é Legal’, liderado pelo governo paulista e organizações ligadas à construção civil no estado, Hélio Pereira, gerente do Programa Nacional de Florestas do MMA, afirmou que a perda durante o beneficiamento das toras é alta. O processo é necessário para se chegar ao produto serrado, matéria-prima para construtoras.Pereira disse que o combate ao desperdício poderia reduzir a derrubada de árvores voltada para abastecer o mercado interno e externo de madeira.
“É necessária uma conscientização do consumidor e do madeireiro. Este último deveria se preocupar mais com o grau de tecnologia em sua empresa para combater o desperdício”, afirmou.
Replantio
Ainda segundo ele, devido ao aquecimento da economia nacional e, consequentemente, aumento da demanda por madeira, será necessário investir em mais áreas de florestas plantadas. O objetivo é evitar o aumento da derrubada de árvores, que poderia afetar políticas nacionais voltadas ao combate do desmatamento e à redução de emissões de CO2.
“Hoje temos 6,3 milhões de hectares de florestas plantadas (63 mil km², uma área que é quase três vezes o tamanho do estado do Sergipe) com destinação definida, como produção de papel e celulose. Mas ao longo dos próximos dez anos, devido às oportunidades e demandas, será necessário aumentar em três vezes essa área de plantio. Espaço nós temos, que são os locais onde a floresta já foi degradada. Somente assim não será necessário derrubar mais mata nativa”, disse Pereira.
De acordo com Dimitrius Palegogos, vice-presidente do Sindicato do Comércio Atacadista de Madeiras do Estado de São Paulo (Sindimasp), o desperdício é necessário, entretanto ele fica apenas na ‘teoria’. “Acaba acontecendo (o desperdício), mas essa madeira ‘perdida’ é reaproveitada em subprodutos voltados ao setor de energia, por exemplo”, disse.
Madeira Legal
Palegogos e outros representantes divulgaram no encontro o balanço de dois anos do programa “Madeira é Legal”, iniciativa da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA) que combate em São Paulo a venda de madeira extraída de forma ilegal na Amazônia.
Criado em 2009, o sistema conta com 300 madeireiras cadastradas, além de fiscalização reforçada pela polícia nas serrarias e nas estradas que cortam o estado, evitando o transporte clandestino. “Nesses dois anos, houve uma redução de aproximadamente 70% nos flagrantes de venda e transporte ilegais”, disse Palegogos.
Uma das formas de aumentar a participação das empresas no programa foi obrigar o governo do estado e as prefeituras a comprar matéria-prima somente de quem cumprisse requisitos do “Madeira Legal”. “Alguns municípios criaram legislações voltadas para isso”, disse Carlos Eduardo Beduschi, do Departamento de Desenvolvimento Sustentável da SEMA.
Fonte: G1
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