Nos próximos meses os governantes da União Europeia vão ter que decidir se ratificam um acordo de livre comércio feito com a Coreia do Sul. Descrito pela direção de comércio externo como “um dos mais ambiciosos e completos acordos já assinados”, o tratado eliminaria direitos de importação de quase todos os produtos. Além disso, seria responsável por preparar o caminho para a liberalização rápida do comércio nos serviços. No entanto, o acordo de livre comércio, FTA em inglês, além de ter tido vários estágios de difíceis negociações, é profundamente controverso.
Apesar de os benefícios econômicos trazidos pelo acordo serem pequenos, o negócio é considerado um modelo para outros países que gostariam de ter uma alternativa para as negociações comerciais de Doha, paralisadas em todo o mundo.
Assim como nos EUA, a oposição mais forte enfrentada na Coreia com o acordo veio do setor automobilístico. Os fabricantes de automóveis dizem que apoiam o livre comércio, mas não acreditam que o acordo na sua forma atual cumpra este livre comércio. Há alguns anos, a exportação de veículos coreanos para a União Europeia atingiu o alto índice de cerca de 700 mil por ano, 20% de todas as importações da União Europeia.
Em contrapartida, as vendas europeias anuais para os coreanos alcançaram 32,5 mil unidades nos últimos quatro anos. A preocupação dos fabricantes europeus, cuja campanha contra o acordo está sendo travada pelo órgão de comércio local, a ACEA, é que, enquanto os ganhos para os coreanos são reais e palpáveis, o mercado coreano vai permanecer como está hoje, o mais impenetrável de todos os países desenvolvidos.
Existem ainda diversos obstáculos a superar antes do acordo ser ratificado. Nos próximos meses, o Parlamento Europeu vai ter a oportunidade de rejeitá-lo e os Estados-Membros devem votá-lo até o final do ano.
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