
A decisão do ex-governador Anthony Garotinho (PR) de não concorrer ao governo em função de entraves judiciais encerrou o mal-estar criado entre Cabral e a candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff. A situação havia se estabelecido desde o anúncio de que a indicada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva subiria nos palanques dos dois candidatos durante a campanha eleitoral no estado.
Foi o segundo e decisivo passo rumo à unificação dos palanques de Dilma no estado em torno da chapa do PMDB. Antes, Lindberg, ex-prefeito de Nova Iguaçu, havia sido convencido a recuar pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela direção nacional do PT. Em troca, tem a oportunidade de concorrer ao Senado.
As direções estaduais de PT e PMDB mantém relações tensas. Lindberg e Picciani são antigos desafetos. Para complicar, de acordo com pesquisas de opinião realizadas até aqui, o ex-prefeito da capital, Cesar Maia (DEM), é indicado como o candidato mais bem colocado para o Senado. Maia apoia Fernando Gabeira (PV) ao governo e de José Serra (PSDB) para a Presidência.
Isso significa que sobra apenas uma das vagas. Além do petista e do pemedebista, há ainda Marcelo Crivella (PRB), que tenta a reeleição e conta com a simpatia de Lula. Ele é quem aparece como segundo colocado nas pesquisas. Nos últimos meses, o presidente tentou, sem sucesso, encaixar Crivella na chapa de Cabral e, em mais de uma ocasião, deixou claro seu apoio à reeleição do aliado.
O ideal para o PT seria uma chapa para o Senado no Rio formada por Lindberg e Crivella. Entre os petistas, havia o entendimento de que, já tendo indicado o cabeça da chapa e também o vice (Luiz Fernando Pezão), o PMDB pudesse abrir mão de disputar o Senado. Essa pretensão, no entanto, esbarrou na força política de Picciani, que controla o partido no Rio e é figura influente na máquina da administração estadual desde o governo Garotinho – filiado à legenda durante seu mandato.
Assim, de fora da chapa de Cabral, Crivella conta com o apoio de Dilma e Lula para alavancar sua candidatura avulsa. Na prática, no entanto, a preferência do governador por Picciani e a declarada simpatia de Lula por Crivella acenderam o sinal de alerta entre os petistas fluminenses.
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